terça-feira, 2 de abril de 2019

Como eu vim parar aqui? Parte 1



Como eu vim parar aqui???

Simples: eu precisava de cura emocional, mental, espiritual e cheguei ao Reiki!
Ahhhhhh, se fosse isso! Se tivesse sido simples assim, que maravilha! Mas, com as voltas que o mundo dá, eu dei várias também.
Hoje entendo que todas foram necessárias. Em cada uma dessas voltas aprendi algo, conheci alguém, fiz alguma coisa. A vida é assim.
Desde que eu me entendi por gente enfrentei dilemas e situações de superação.
Pouparei os ouvidos dos pormenores e, sintetizando: sou filha de uma boliviana linda com um pai brasileiro que foi porreta demais! Um verdadeiro “bon vivant”, tanto que foi embora... E, aos meus dez anos me vi mãe da minha mãe e meio mãe dos meus irmãos. Eu era assim, matrona, chefona, mandona e controladora. E uma cabecinha cheia de ideias, com personalidade forte, tive que ser.
“Cresci” antes do tempo, assumindo responsabilidades que não eram minhas.
Pais pobres, miséria, família desestruturada, sobrevivendo do jeito que dava... ok! Cheguei na adolescência com sonhos, mas pouca força de vontade de realizar algum. Tudo me paralisava. A verdade é que eu tinha muito medo e insegurança.
Enfim, comecei a trabalhar. Inicialmente como recepcionista, depois em vendas, atendente de telemarketing. Em cada lugar um sentimento de inadequação. Foi quando conheci meu atual marido e novos planos e perspectivas vieram.
Conheci o Alexandre na igreja. Em 1997 eu me converti para a doutrina evangélica e, não me adaptando na igreja de origem, acabei indo para uma mais próxima de casa, onde eu conheci minha bênção.
Mas, em junho de 1998 passei pela primeira cirurgia e fui diagnosticada com Endometriose.
Aos vinte e dois anos de idade, sem a mínima noção do que seria, acreditei que, tendo feito a cirurgia (videolaparoscopia) estava tudo bem, tomei os remédios no início do tratamento e seguimos em frente.
Ficamos noivos em 2000 e, com o objetivo de ter fazer nossa vida fomos estudar. Comecei estudando Técnico em Secretariado e fui fazer estágio. Não deu certo no primeiro. Não deu certo no segundo e um sentimento de frustração começou a brotar. Para melhorar como secretária, decidi fazer o curso de Letras e, apaixonada pelo magistério, decidi que queria ser professora. Consegui entrar em uma escola maravilhosa, como recepcionista e, realmente uma nova perspectiva se abriu diante de mim.
Então, em 2003, uma nova cirurgia. Dessa vez mais agressiva, com retirada de boa parte dos ovários e de muitos focos. Tratamento pesado e antecipação do casamento.  Casei em 2004.
Nesse meio tempo, após fazer parte das aulas das professoras de Português e Inglês, pedi uma oportunidade como professora assistente. Consegui!
Foi o lugar onde mais me desenvolvi. Não sem desafios... Eu era durona. Tinha uma visão antiquada de educação. Para mim, professor falava, aluno obedecia, no entanto, a linha da escola era completamente diferente. Um trabalho excepcional no desenvolvimento do aluno enquanto pessoa, completamente participativo de todo o processo. E, em muitos momentos, eu me colocava como aluna para aprender aquele processo também. Quando dava, assistia até algumas aulas, pois a forma de abordagem dos professores era muito dinâmica. Realmente aprendi muita coisa. Até eu entender tudo isso, os alunos me amedrontavam (acho que eles só vão saber disso por aqui). Eu ficava muito, mas muito nervosa. Alguns conseguiam realmente me tirar do sério.
Pessoalmente, essa foi uma época muito tumultuada na minha vida.
A mudança de casa, de sobrenome, as dores no corpo, o tratamento para engravidar, a nova função, minha vontade era seguir nos estudos, mas priorizei o tratamento... Foi muita coisa para minha cabeça, então comecei a entrar em depressão. E, somente percebi que algo estava errado porque eu, que gostava de estar sempre cheirosa, estava sem vontade até de tomar banho. Já estava entrando em um estado de fazer as coisas arrastada.
Comecei a fazer um acompanhamento com psicóloga e senti algum alívio. No entanto, a força para mudar veio quando minha diretora me disse: “Olha, talvez sua felicidade não esteja aqui...”
Eu entendi o recado. Iria perder o emprego e a responsabilidade era minha. Eu lidava com crianças, não podia ficar me arrastando pelos cantos. Não consigo nem lembrar qual discurso eu tinha nessa época, mas, com toda a certeza, devia ser o mais pessimista possível.
Enxuguei as lágrimas, empinei o peito, respirei fundo e, após o recesso de julho, voltei em outra pegada! Mais forte e mais decidida. Recebi um: “Era isso que eu queria de você!”
Fiquei mais algum tempo nessa escola, porém com a casa construída no interior e começando a ter conflitos com os sogros, decidimos mudar para nosso canto. E, com isso, sem igreja.
No ano seguinte, ir e voltar de São Paulo estava ficando exaustivo, além de não conseguir chegar mais no horário.
Mudei de emprego. Enfim, professora! O que durou um mês.
Finalmente prestei um concurso para Secretário de Escola (esse é o cargo) e foi quando me enfiei de vez em depressão. Serviço público, completamente diferente da iniciativa privada. Serviço que não acabava mais, falta de funcionários... Surtei! E as primeiras sensações de inadequação, incapacidade e frustração profissional se instalaram de vez.
Eu não conseguia engravidar, havia entrado na fila de adoção e nada, minha vida ficou completamente sem sentido.
Rivotril na lata!
Até que meu marido, que não sabia mais o que fazer, comprou um casal de galinhas. Digo sempre que a NATUREZA me salvou!
Decidimos abrir uma loja e exonerei do cargo público.
E é aqui onde minha história começa a mudar...


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