Como
eu vim parar aqui???
Simples:
eu precisava de cura emocional, mental, espiritual e cheguei ao Reiki!
Ahhhhhh,
se fosse isso! Se tivesse sido simples assim, que maravilha! Mas, com as voltas
que o mundo dá, eu dei várias também.
Hoje
entendo que todas foram necessárias. Em cada uma dessas voltas aprendi algo,
conheci alguém, fiz alguma coisa. A vida é assim.
Desde
que eu me entendi por gente enfrentei dilemas e situações de superação.
Pouparei
os ouvidos dos pormenores e, sintetizando: sou filha de uma boliviana linda com
um pai brasileiro que foi porreta demais! Um verdadeiro “bon vivant”, tanto que
foi embora... E, aos meus dez anos me vi mãe da minha mãe e meio mãe dos meus
irmãos. Eu era assim, matrona, chefona, mandona e controladora. E uma cabecinha
cheia de ideias, com personalidade forte, tive que ser.
“Cresci”
antes do tempo, assumindo responsabilidades que não eram minhas.
Pais
pobres, miséria, família desestruturada, sobrevivendo do jeito que dava... ok!
Cheguei na adolescência com sonhos, mas pouca força de vontade de realizar
algum. Tudo me paralisava. A verdade é que eu tinha muito medo e insegurança.
Enfim,
comecei a trabalhar. Inicialmente como recepcionista, depois em vendas,
atendente de telemarketing. Em cada lugar um sentimento de inadequação. Foi
quando conheci meu atual marido e novos planos e perspectivas vieram.
Conheci
o Alexandre na igreja. Em 1997 eu me converti para a doutrina evangélica e, não
me adaptando na igreja de origem, acabei indo para uma mais próxima de casa,
onde eu conheci minha bênção.
Mas,
em junho de 1998 passei pela primeira cirurgia e fui diagnosticada com
Endometriose.
Aos
vinte e dois anos de idade, sem a mínima noção do que seria, acreditei que,
tendo feito a cirurgia (videolaparoscopia) estava tudo bem, tomei os remédios
no início do tratamento e seguimos em frente.
Ficamos
noivos em 2000 e, com o objetivo de ter fazer nossa vida fomos estudar. Comecei
estudando Técnico em Secretariado e fui fazer estágio. Não deu certo no
primeiro. Não deu certo no segundo e um sentimento de frustração começou a
brotar. Para melhorar como secretária, decidi fazer o curso de Letras e,
apaixonada pelo magistério, decidi que queria ser professora. Consegui entrar
em uma escola maravilhosa, como recepcionista e, realmente uma nova perspectiva
se abriu diante de mim.
Então,
em 2003, uma nova cirurgia. Dessa vez mais agressiva, com retirada de boa parte
dos ovários e de muitos focos. Tratamento pesado e antecipação do
casamento. Casei em 2004.
Nesse
meio tempo, após fazer parte das aulas das professoras de Português e Inglês,
pedi uma oportunidade como professora assistente. Consegui!
Foi
o lugar onde mais me desenvolvi. Não sem desafios... Eu era durona. Tinha uma
visão antiquada de educação. Para mim, professor falava, aluno obedecia, no
entanto, a linha da escola era completamente diferente. Um trabalho excepcional
no desenvolvimento do aluno enquanto pessoa, completamente participativo de
todo o processo. E, em muitos momentos, eu me colocava como aluna para aprender
aquele processo também. Quando dava, assistia até algumas aulas, pois a forma
de abordagem dos professores era muito dinâmica. Realmente aprendi muita coisa.
Até eu entender tudo isso, os alunos me amedrontavam (acho que eles só vão
saber disso por aqui). Eu ficava muito, mas muito nervosa. Alguns conseguiam
realmente me tirar do sério.
Pessoalmente,
essa foi uma época muito tumultuada na minha vida.
A
mudança de casa, de sobrenome, as dores no corpo, o tratamento para engravidar,
a nova função, minha vontade era seguir nos estudos, mas priorizei o
tratamento... Foi muita coisa para minha cabeça, então comecei a entrar em
depressão. E, somente percebi que algo estava errado porque eu, que gostava de
estar sempre cheirosa, estava sem vontade até de tomar banho. Já estava
entrando em um estado de fazer as coisas arrastada.
Comecei
a fazer um acompanhamento com psicóloga e senti algum alívio. No entanto, a
força para mudar veio quando minha diretora me disse: “Olha, talvez sua
felicidade não esteja aqui...”
Eu
entendi o recado. Iria perder o emprego e a responsabilidade era minha. Eu
lidava com crianças, não podia ficar me arrastando pelos cantos. Não consigo
nem lembrar qual discurso eu tinha nessa época, mas, com toda a certeza, devia
ser o mais pessimista possível.
Enxuguei
as lágrimas, empinei o peito, respirei fundo e, após o recesso de julho, voltei
em outra pegada! Mais forte e mais decidida. Recebi um: “Era isso que eu queria
de você!”
Fiquei
mais algum tempo nessa escola, porém com a casa construída no interior e
começando a ter conflitos com os sogros, decidimos mudar para nosso canto. E,
com isso, sem igreja.
No
ano seguinte, ir e voltar de São Paulo estava ficando exaustivo, além de não
conseguir chegar mais no horário.
Mudei
de emprego. Enfim, professora! O que durou um mês.
Finalmente
prestei um concurso para Secretário de Escola (esse é o cargo) e foi quando me
enfiei de vez em depressão. Serviço público, completamente diferente da
iniciativa privada. Serviço que não acabava mais, falta de funcionários...
Surtei! E as primeiras sensações de inadequação, incapacidade e frustração
profissional se instalaram de vez.
Eu
não conseguia engravidar, havia entrado na fila de adoção e nada, minha vida
ficou completamente sem sentido.
Rivotril
na lata!
Até
que meu marido, que não sabia mais o que fazer, comprou um casal de galinhas. Digo
sempre que a NATUREZA me salvou!
Decidimos
abrir uma loja e exonerei do cargo público.
E
é aqui onde minha história começa a mudar...
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